A madeira, principal matéria-prima utilizada em seus trabalhos, ganha respeito como uma personagem viva e em constante transformação nas mãos de Ricardo Graham Ferreira. Em sua oficina, localizada na Serra Fluminense, Ricardo trabalha o material de forma intuitiva em suas inspirações.
A escolha da Ebanesteria surgiu da paixão de Ricardo pela madeira e suas infinitas possibilidades. O respeito pelo material e o prazer de dar vida aos seus desenhos com suas próprias mãos são, sem dúvida, sua maior satisfação como ebanista. “A madeira é, por si só, um material sustentável e regenerador. Ela se adapta ao longo do tempo, leva marcas da sua existência e é eterna quando bem cuidada. Com isso, quero que as peças que crio sejam como a madeira que a recebeu: permanentes, passadas pelas mãos de diferentes gerações e que levem a história de cada pessoa com ela com o passar do tempo”, comenta Ricardo.
A excelência do trabalho de Ricardo atravessa o material e chega no desenho, através de uma prática manual, sempre de uma forma intuitiva. Todo esse ciclo acontece alinhado com um discurso verdadeiro, vivido todos os dias por Ricardo e sua família – que mora a poucos metros de distância da oficina em que trabalha -, através de processos renováveis e sustentáveis, que imprimem um frescor real em um mundo saturado pela urgência do tempo virtual. “O diferencial do meu trabalho é a minha expressão: esta não teve escola. É aí que emprego um conhecimento mais íntimo, onde a individualidade ganha forma: curvas, tons de madeira, encaixes. É uma linguagem, uma comunicação em forma de objeto”, explica.
A madeira é um material que está equilibrando-se constantemente com o ambiente em que se encontra.
Em locais mais úmidos ela absorve umidade, em locais mais secos ela perde umidade. Por isso, se expostas por longo período a focos de calor e luz intensos podem alterar o equilíbrio, perdendo excessivamente sua umidade natural. O que pode acarretar na alteração da cor, da textura e até, dependendo da intensidade de calor, as dimensões da madeira. Por isso, o ideal é escolher um local onde não haja prolongadas exposições ao sol, ao calor de lâmpadas fortes, ou fornos.
Como forma de manutenção e para renovar a peça, vez por outra, aplique uma cera, de forma a manter a madeira protegida e lustrada. Basta umedecer levemente uma flanela limpa com cera e espalha-la sobre a superfície da madeira. Deixe secar por alguns minutos e, com outro pano limpo, esfregue vigorosamente no sentido das fibras da madeira até dar o brilho.
FREIJÓ
Cerne de coloração pardo-amarelada ou até pardo claro acastanhado, uniforme ou com listas mais escuras bem esmaecidas e paralelas, raramente exibindo tonalidade rósea. O alburno é pardacento ou branco-acinzentado, com espessura variando de 1,5 a 5,0 cm. Textura média, grã geralmente direita, superfície lustrosa e moderadamente áspera ao tato.
SUCUPIRA
ROXINHO
CUMARU
Coloração marrom-claro ou marrom-amarelado. O alburno é distinto, marrom-amarelado. Superfície pouco a medianamente lustrosa, de aparência cerosa, odor parecido com o da baunilha. Gosto distinto.
MUIRACATIARA
Cerne de cor castanho-avermelhado, demarcado com faixas castanho-escuro em sentido vertical, de espaçamento variável, com belas figuras bem distintas. Grã regular, textura média, cheiro e gosto imperceptíveis.
MUIRAPIRANGA
IPÊ
Cerne pardo-acastanhado ou pardo-claro, geralmente uniforme, sendo comum apresentar reflexos esverdeados. Superfície pouco lustrosa, medianamente lisa ao tato; textura de fina a média, uniforme; grã direita a reversa, cheiro e gosto imperceptíveis.
PEROBA DO CAMPO
BRAUNA
Devido ao alburno amarelo, o cerne é ressaltado, com coloração do pardo-escuro ao negro e presença de máculas medulares. Sua superfície é opaca, lisa e compacta. A madeira é dura, apresenta grã direita e textura fina. Sem cheiro ou sabor perceptíveis.
Todo projeto começa com uma ideia.
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