Nossas madeiras

Assim como nós, a madeira é um material vivo – está sempre em movimento. Todo mundo já deve ter ouvido isso. Um marceneiro sempre considera isso na peça que está produzindo.

Num clima úmido a madeira aumenta sua dimensão porque absorve a umidade até equilibrar-se com o ambiente. Em locais secos ela vai perder a umidade e reduzir seu tamanho até ficar bem com aquele espaço. Isso não para nunca. A exposição à luz solar altera a tonalidade da madeira. E essas variações fazem parte do comportamento natural dela.

Apesar de ser um material só, a madeira parece ser vários. Existem muitas diferenças entre as espécies: algumas mais macias, outras mais cheirosas, algumas são mais fáceis de trabalhar, outras difíceis e duras. Existem madeiras de muitas cores diferentes: marrons, vermelhas, roxas, pretas, amarelas.

Amamos trabalhar com as diferentes espécies; além de bonito é sustentável, já que lançando mão da diversidade, colaboramos para não utilizar somente as espécies de madeira mais conhecidas, colaborando para sua preservação.

Assim é a marcenaria que produzimos em nosso ateliê. Tem memória, tem a alegria pelo ofício e desafios. Aqui vemos algumas das espécies que ainda trabalhamos ou que já trabalhamos. E existem tantas outras! Cada uma delas tem sua identidade.

Cuidados e recomendações

Móveis em madeira maciça continuam a interagir com o ambiente ao longo de todo o tempo. E para preservar a beleza e a integridade deles, recomendamos evitar a exposição direta ao sol e oscilações extremas de umidade e de temperatura, como de fornos e lâmpadas incandescentes.
A limpeza da peça deve ser feita com um pano macio e seco, sem produtos abrasivos. E a aplicação periódica de cera ou óleo vegetal apropriado (no caso de sua peça ter este acabamento) ajuda a nutrir a madeira e realçar sua textura.
Em casos de ressecamento excessivo, pode-se hidratar a superfície com um óleo específico para madeira, sempre testando em uma área discreta antes da aplicação completa. Com esses cuidados, móveis em madeira maciça se tornam ainda mais bonitos com o tempo, ganhando uma pátina natural que conta sua história.

Dos nossos workshops

Roxinho

A madeira roxinho (Peltogyne spp.), também conhecida como pau-roxo, é uma madeira tropical nativa da América do Sul, especialmente encontrada no Brasil. Sua principal característica é a tonalidade naturalmente roxa, que se intensifica logo após o corte e pode escurecer com o tempo, adquirindo nuances mais profundas e elegantes.


Além da estética marcante, o roxinho é uma madeira extremamente densa, resistente e durável, tornando-se ideal para mobiliário fino, pisos, instrumentos musicais e até embarcações. Sua trabalhabilidade exige ferramentas afiadas devido à dureza, mas o acabamento é excelente, com um brilho natural e uma textura fina. É uma escolha apreciada por marceneiros e ebanistas que buscam aliar beleza e resistência em peças de alto padrão.

Breu-branco

A madeira breu-branco (Protium heptaphyllum) vem de uma árvore nativa da Amazônia e de outras regiões tropicais da América do Sul. Ela é mais conhecida pela resina aromática que produz, utilizada tradicionalmente na perfumaria, na medicina popular e em rituais religiosos.


Em termos de madeira, o breu-branco apresenta coloração clara, textura fina e densidade moderada, sendo relativamente fácil de trabalhar. Embora não seja tão resistente quanto madeiras de alta densidade, pode ser usada em marcenaria fina, revestimentos internos e objetos artesanais. Seu aroma característico pode permanecer por um tempo na madeira, tornando-a ainda mais especial para usos sensoriais e artísticos.

Freijó

A madeira freijó (Cordia goeldiana) é uma espécie nativa da região amazônica, bastante apreciada na marcenaria e no design de móveis. Sua coloração varia do bege-claro ao marrom-dourado, com um desenho de veios sutis e elegantes que conferem sofisticação às peças.


Leve e moderadamente resistente, o freijó é fácil de trabalhar, permitindo cortes precisos e um acabamento refinado. Por isso, é amplamente utilizado na fabricação de móveis de alto padrão, painéis, instrumentos musicais e até embarcações leves. Sua tonalidade quente e versatilidade fazem dele uma excelente escolha para projetos contemporâneos que valorizam a naturalidade da madeira.

Sucupira

A madeira sucupira (gêneros Bowdichia e Diplotropis) é uma madeira tropical dura e resistente, muito utilizada na marcenaria e na construção civil. Sua coloração varia de marrom-escuro a castanho-avermelhado, com veios marcantes que conferem um aspecto rústico e sofisticado.


Devido à sua alta densidade e durabilidade, a sucupira é ideal para pisos, móveis robustos, estruturas externas e até embarcações. Apesar de exigir ferramentas afiadas para o corte, ela proporciona um excelente acabamento, sendo valorizada por ebanistas e designers que buscam uma madeira nobre e resistente para peças de alto padrão.

Louro-gamela

A madeira louro-gamela (Nectandra spp.) é uma espécie tropical encontrada no Brasil, conhecida por sua tonalidade amarelada a marrom-claro, com veios suaves que conferem um aspecto elegante e natural. Seu nome “gamela” remete ao uso tradicional na confecção de utensílios, como gamelas e outros objetos artesanais.


De densidade média e boa trabalhabilidade, o louro-gamela é uma excelente escolha para móveis finos, revestimentos, instrumentos musicais e até embarcações leves. Além da estética refinada, sua resistência moderada e facilidade de acabamento fazem dela uma madeira apreciada por marceneiros e designers que buscam equilíbrio entre leveza e durabilidade.

Cedro-rosa

A madeira cedro-rosa (Cedrela odorata) é uma das mais tradicionais na marcenaria fina, conhecida por sua coloração que varia do rosado ao marrom-avermelhado e por seu aroma suave e agradável. Originária das Américas, incluindo o Brasil, essa madeira combina beleza, leveza e durabilidade.


Com densidade média, o cedro-rosa é fácil de trabalhar, permitindo cortes precisos e um excelente acabamento. Ele é amplamente utilizado na fabricação de móveis sofisticados, instrumentos musicais, revestimentos e até caixas de charuto, devido à sua resistência natural a insetos. Sua tonalidade quente e seu cheiro característico tornam essa madeira uma escolha nobre para projetos refinados.

Jequitibá

A madeira jequitibá (Cariniana spp.) é uma espécie nobre e versátil, encontrada nas florestas tropicais do Brasil. Sua coloração varia do bege-rosado ao marrom-claro, com veios discretos e uma textura uniforme, conferindo um visual sofisticado e atemporal.


De densidade média e ótima trabalhabilidade, o jequitibá é muito utilizado na fabricação de móveis finos, esquadrias, revestimentos e até embarcações leves. Sua resistência moderada e facilidade de acabamento fazem dele uma escolha popular entre marceneiros e ebanistas que buscam equilíbrio entre beleza e praticidade em projetos de alto padrão.

Tamarindo

A madeira tamarindo (Tamarindus indica) é conhecida por sua alta densidade e resistência, sendo uma das madeiras tropicais mais duráveis. Sua coloração varia do marrom-claro ao marrom-escuro, frequentemente com veios contrastantes que criam um efeito visual marcante e sofisticado.


Por ser extremamente dura, o tamarindo pode ser desafiador de trabalhar, exigindo ferramentas afiadas e experiência na marcenaria. No entanto, seu acabamento é excepcional, com um brilho natural que destaca os desenhos únicos da madeira. É amplamente utilizado em mobiliário de alto padrão, pisos, esculturas e até instrumentos musicais, valorizado por sua beleza e longevidade.

Pinho de Riga

A madeira pinho de Riga (Pinus sylvestris ou Pinus spp.) é uma madeira de conífera originária das regiões bálticas, especialmente da Letônia, Estônia e Rússia. Historicamente, foi muito utilizada na construção naval, em estruturas arquitetônicas e na marcenaria de alto padrão devido à sua resistência e durabilidade.


Sua coloração varia do amarelo-claro ao marrom-avermelhado, com veios marcantes e resina natural que a torna resistente ao ataque de insetos e fungos. Apesar de ser uma madeira leve a moderadamente densa, o pinho de Riga é valorizado por sua estabilidade e facilidade de trabalho, sendo ainda hoje uma escolha nobre para pisos, móveis e acabamentos sofisticados.

Peroba-do-campo

A madeira peroba-do-campo (Paratecoma peroba) é uma espécie nativa do Brasil, conhecida por sua alta resistência e durabilidade. Sua coloração varia do marrom-claro ao castanho-amarelado, com veios sutis que conferem um visual elegante e uniforme.


Por ser uma madeira densa e de grande dureza, a peroba-do-campo é amplamente utilizada na fabricação de móveis de alto padrão, pisos, estruturas externas e até na construção civil. Apesar de exigir ferramentas afiadas para o corte, oferece um excelente acabamento, sendo valorizada por ebanistas e marceneiros que buscam beleza e resistência em peças refinadas.

Coração-de-nego

A madeira coração-de-nego (Peltophorum dubium) é uma espécie nativa do Brasil, especialmente encontrada em regiões tropicais. Sua principal característica é a coloração marrom-escura a quase preta, com veios intensos e um contraste visual marcante que torna as peças feitas com essa madeira únicas.


Extremamente densa e resistente, o coração-de-nego é valorizado por sua durabilidade e pela beleza de sua tonalidade profunda. No entanto, devido à sua dureza, é uma madeira que exige ferramentas de corte adequadas para um bom acabamento. Ela é bastante utilizada em móveis de alto padrão, pisos, painéis e também em trabalhos de marcenaria mais robustos, sendo altamente apreciada por designers que buscam uma estética elegante e duradoura.

Jacarandá-da-Bahia

A madeira jacarandá-da-Bahia (Dalbergia nigra) é uma das madeiras tropicais mais apreciadas e valorizadas no Brasil e no mundo, famosa por sua beleza, durabilidade e versatilidade. Sua coloração varia do marrom-escuro ao roxo profundo, com veios e padrões irregulares que criam um efeito visual sofisticado e único. A madeira tem um aroma característico, que também a torna desejada para trabalhos artesanais.


Muito resistente e de alta densidade, o jacarandá-da-Bahia é uma escolha ideal para peças de mobiliário de alto luxo, instrumentos musicais, esculturas e acabamentos finos. Sua dureza exige ferramentas bem afiadas, mas o acabamento é excepcional, com uma superfície suave e brilho natural. Devido à sua escassez e o valor agregado, o jacarandá-da-Bahia é considerado um material nobre e restrito, muito apreciado por ebanistas e marceneiros especializados.

Muiracatiara rajada

A madeira muiracatiara rajada (Brosimum gaudichaudii), também conhecida como muiraquatiara ou muiracatiara, é uma espécie de madeira tropical nativa da região amazônica. Ela é muito valorizada por sua aparência única e pela sua durabilidade. A característica mais marcante dessa variedade é o padrão rajado que a torna visualmente distinta, com veios irregulares e contrastantes, em tons que variam do marrom-claro ao marrom-escuro, criando uma textura rica e fascinante.


Com alta densidade e resistência, a muiracatiara rajada é ideal para projetos de móveis sofisticados, revestimentos, painéis e pisos de alto padrão. Sua dureza exige ferramentas afiadas, mas o acabamento final é muito refinado, com um brilho natural que realça a beleza da madeira. É uma excelente escolha para quem busca um design exclusivo, robusto e durável.

Muira-piranga

A madeira muira-piranga (Brosimum paraense ou Brosimum rubescens) é uma espécie nativa das florestas tropicais brasileiras, especialmente encontrada na região amazônica. Sua coloração varia de um tom avermelhado a um marrom-rosado, com veios sutis que criam um visual delicado, porém sofisticado.


É uma madeira de alta densidade e grande resistência, o que a torna ideal para móveis de alto padrão, pisos e revestimentos. Sua durabilidade também a torna uma excelente escolha para projetos que exigem materiais que resistam ao tempo e ao desgaste. A muira-piranga é valorizada por sua beleza natural e a facilidade de trabalhar com ela, permitindo um bom acabamento e um brilho suave. É uma escolha apreciada por marceneiros e ebanistas que buscam uma madeira robusta e esteticamente interessante para peças refinadas.

Cumaru

A madeira cumaru (Dipteryx odorata) é uma das espécies tropicais mais duráveis e resistentes, nativa das florestas da América do Sul, especialmente da região amazônica. Conhecida também como fava-de-ferro, sua coloração varia do marrom-amarelado ao marrom-escuro, com veios discretos que criam um padrão suave e elegante.

De densidade alta, o cumaru é uma madeira extremamente dura e resistente, o que a torna ideal para pisos, móveis de alto padrão, construção civil, decks e até estruturas expostas ao tempo. Sua alta resistência à umidade e ao ataque de insetos também a torna uma excelente escolha para ambientes externos. O cumaru possui um aroma agradável, que é mais notável durante o corte, e sua superfície, quando bem trabalhada, apresenta um acabamento liso e com brilho natural. É uma escolha muito apreciada em marcenaria e design, especialmente quando se busca uma madeira robusta e esteticamente rica.

Ipê

A madeira ipê (Handroanthus spp.), conhecida também como lapacho, é uma das mais valorizadas entre as madeiras tropicais, notável por sua durabilidade extrema e resistência a intempéries. Nativa das florestas tropicais da América do Sul, o ipê possui uma coloração que varia do amarelo-dourado ao marrom-escuro, com veios ricos e variados que conferem uma estética sofisticada e única.

Extremamente densa e dura, o ipê é conhecido por sua incrível resistência à umidade, ao ataque de insetos e à decomposição, tornando-se uma das melhores escolhas para ambientes externos, como decks, mobiliário de jardim, pisos e até na construção de pontes. Sua durabilidade e resistência tornam o ipê ideal para peças que exigem longevidade e robustez, enquanto sua aparência refinada faz com que também seja altamente apreciado em projetos de interiores. O ipê é uma madeira que exige ferramentas afiadas para corte e acabamento, mas o resultado é sempre uma superfície polida e duradoura, com um brilho natural que realça sua beleza.

Jatobá

A madeira jatobá (Hymenaea courbaril) é uma das espécies mais conhecidas e valorizadas da flora brasileira, especialmente em regiões tropicais. Sua coloração varia do marrom-avermelhado ao âmbar, com veios visíveis e textura rica, que a torna uma escolha popular para móveis e objetos de design sofisticado.


Com alta densidade e grande resistência, o jatobá é altamente durável, resistente ao desgaste e ao ataque de insetos. Sua dureza faz com que seja ideal para pisos, móveis robustos, estruturas de construção e até na fabricação de ferramentas e instrumentos musicais. Embora seja uma madeira difícil de trabalhar devido à sua densidade, o acabamento é de excelente qualidade, com um brilho natural que destaca a beleza de seus padrões. O jatobá é amplamente apreciado por ebanistas e designers que buscam uma madeira que combine resistência, elegância e longevidade em seus projetos.

Peroba-mica

A madeira peroba-mica (Aspidosperma polyneuron) é uma espécie nativa da região tropical brasileira, caracterizada por sua cor que varia do amarelo-claro ao marrom-amarelado, com veios finos e um padrão de textura mais homogêneo. Embora seja visualmente atraente, a peroba-mica não apresenta os veios tão marcantes quanto outras espécies de peroba, mas ainda assim é valorizada pela sua elegância discreta.


Com densidade média e boa resistência, a peroba-mica é utilizada na fabricação de móveis de qualidade, revestimentos e peças de marcenaria. Ela também é apreciada por sua boa trabalhabilidade, o que permite um acabamento liso e refinado. Embora não seja tão resistente como outras madeiras mais densas, a peroba-mica é uma excelente escolha para projetos que demandam um material durável e com um toque de sofisticação natural.

Todo projeto começa com uma ideia.

Todos os direitos reservados Ricardo Graham Ferreira